sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Da Infidelidade

Disseram-me há pouco tempo que a infidelidade já não constituía crime num casamento.
Fiquei surpreendida e resolvi investigar. Encontrei no Portal do Cidadão um conjunto de deveres que continuam a existir num contrato de casamento e a fidelidade é um deles.
Fiquei aliviada. Fiquei aliviada porque se a infidelidade passasse a ser consentida então para quê casar? Um casamento não é, ao contrário do que se diz por aí, um contrato. Para estabelecer um contrato entre duas pessoas então constitui-se uma sociedade, uma empresa, que tem cláusulas que nunca mais acaba. Um casamento é uma assumpção. É a declaração pública de um amor. E, se não é, deveria ser. E a infidelidade é, sem dúvida, uma traição destrutiva.
É verdade que se um cônjuge procura uma outra ligação é porque não está feliz com a que tem. Também pode ser pelo facto de ter uma natureza poligâmica. Isso existe. O meu conselho, para pessoas dessa natureza, é que não casem, nunca.
Se não está bem com o que tem porque não diz?! Porque não fala?! Porque é que há-de estraçalhar o coração do outro? É que as coisas até podem não andar bem, mas que direito é que existe na destruição do outro? É que é isso que a traição faz, destrói. E depois é preciso uma eternidade para o outro voltar a viver de novo.
Quem atraiçoa na verdade o que faz é roubar tempo de vida àquele a quem, um dia, jurou amar.

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