terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Filhos? Gatos?

As pessoas antes de tomarem decisões irreversíveis têm de ponderar muito bem se querem ter filhos, se gatos.
A muitos de vós pode parecer fácil, óbvia até, a distinção. Acreditem, não é linear. Daí que decidi, na minha imensurável boa vontade, deixar aqui algumas dicas.
Então é assim:
- Ah...e tal...já tem dez anos... (É gato. E velho.)
- Ainda só tem dez anos... (É filho.)
- Tens comida no frigorífico. Quando tiveres fome já sabes. (É gato.)
- Vem para a mesa Francelino, são horas de almoçar/jantar. (É filho.)
- Vê lá como é que te portas enquanto estou no trabalho. Tem cuidado com a estrada. (É gato.)
- Vamos embora Francelino que a ama/a avó/a escola/o centro/a dona Mariquinhas... está à espera. (É filho.)
- Hoje não posso tratar desse teu assunto, por muito urgente que seja, tenho de trabalhar. (É gato.)
- Amanhã tratamos disso os dois. (É filho.)
- Tens de saber tomar conta de ti, tens de ser independente (note-se que a criatura tem dez anos). (É gato.)
- Quem manda sou eu e tu fazes o que eu mandar. (É filho.)
E por aí adiante...
Depois surpreendem-se quando os filhos se transformam em gatos assanhados e reclamam a liberdade que é devida a quem, fora de horas, é imposta responsabilidade. É que os gatos são criaturas independentes, enquanto que os filhos dão trabalho, requerem sacrifícios, são dependentes. Os gatos não precisam que a gente se esqueça de nós. Os filhos exigem que a gente se esqueça de nós.
Decidam-se. Mas decidam-se ANTES. Decidam-se ANTES. Filhos ou gatos?

2 comentários:

Leididi disse...

lololol
Muito bom, mummy, muito bom. Já tu, tiveste pintos. (no sentido em que és uma mãe um bocado agalinhada- e isto é um elogio)

Alda Couto disse...

Eu nunca teria gatos. Não gosto de gatos. :)