terça-feira, 5 de maio de 2009

Geração sanduiche

Somos o recheio da sanduiche, nós, os que nascemos pelos anos 50 e 60.
Entalados entre os pais e os filhos, entre o passado e o futuro, deambulamos, muitas vezes um pouco perdidos, à procura de nós mesmos, da nossa própria identidade.
Somos duma geração de grandes mudanças. Uma geração que se afastou, cultural e tradicionalmente da anterior, uma geração que está mais próxima da seguinte e que corre, por isso, o risco de não crescer.
Somos uma geração de gente que não chega a ser adulta. Que passa, directamente, da juventude para a velhice. E, se não somos, pelo menos corremos esse risco. Porque não nos identificamos, já ,com as tradições que foram dos nossos pais e não temos, já, a juventude dos nossos filhos. Não temos, já, a força e a agilidade para acompanhar este, quase louco, progresso. O mundo tem-se preocupado com as crianças, com os adolescentes e com os idosos. Mas tem-se esquecido dos adultos.
A vida é uma constante mudança. Nos dias que correm ela é feita de surpresas cada vez maiores. É necessário que todos estejamos preparados e, para isso, é importante que sejam tomadas medidas reais no sentido de incentivar a educação contínua de todos os que habitam entre as duas fatias do pão. E, quando falo de educação, não me refiro a especializações ou a formação profissional, refiro-me a educação. Só educados cultural e socialmente, teremos hipóteses de vencer os fantasmas que nos assolam, de vez em quando, para nos questionarem sobre quem somos, o que temos feito, de que somos capazes.

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