Hoje recebi um mail com um filme dum jogo de futebol entre duas equipas holandesas, o Ajax e uma outra qualquer. Seria exaustivo estar aqui a explicar as circunstâncias mas o facto é que um jogador meteu um golo inesperado, já que era suposto limitar-se a meter a bola em campo. O árbitro validou o golo mas, tanto uma como outra equipa, sentiram-no injusto, despropositado.
Para que o jogo continuasse equilibrado, os jogadores da equipa que beneficiou do golo acordaram, no mesmo instante, não fazer absolutamente nada, para que a equipa que sofreu o golo pudesse igualar o marcador e o jogo pudesse prosseguir em igualdade de circunstâncias.
Logo a seguir sentei-me a ver uma série que adoro, Boston Legal, e vejo o Alan Shore a defender, no Supremo, o direito do Danny Crane utilizar um novo medicamento para o Alzeimer que lhe foi diagnosticado. Vejo-os a dizerem, um ao outro, que se amam e vejo-os a casarem por, tal como disseram e ficou claro, questões práticas relacionadas com impostos, finanças e a segurança de quem tem uma doença incurável.
Vejo isto tudo e fico a pensar se conheço algum homem, neste país, que fosse capaz de actos semelhantes. Fico a pensar e…acho que não.
Acho que os homens portugueses não seriam capazes de casar, no caso do casamente entre pessoas do mesmo sexo vir a ser aprovado, com um amigo, expondo-se ao epíteto de homossexual não o sendo. Acho que nenhum homem português seria capaz de dizer, amo-te, a um amigo do mesmo sexo. E acho, até, que nenhuma equipa portuguesa seria capaz de um acto de humildade e honestidade, como aquele que teve a holandesa.
Acho que os homens portugueses, ao contrário daquilo que lhes meteram na cabeça durante tantos anos, só perdem em humanidade com esta mentalidade do Macho Latino. Este estigma com que foram criados, e os pais deles, e os pais dos pais, e os pais dos pais dos pais, é redutor, sacana e manipulador.
Para que o jogo continuasse equilibrado, os jogadores da equipa que beneficiou do golo acordaram, no mesmo instante, não fazer absolutamente nada, para que a equipa que sofreu o golo pudesse igualar o marcador e o jogo pudesse prosseguir em igualdade de circunstâncias.
Logo a seguir sentei-me a ver uma série que adoro, Boston Legal, e vejo o Alan Shore a defender, no Supremo, o direito do Danny Crane utilizar um novo medicamento para o Alzeimer que lhe foi diagnosticado. Vejo-os a dizerem, um ao outro, que se amam e vejo-os a casarem por, tal como disseram e ficou claro, questões práticas relacionadas com impostos, finanças e a segurança de quem tem uma doença incurável.
Vejo isto tudo e fico a pensar se conheço algum homem, neste país, que fosse capaz de actos semelhantes. Fico a pensar e…acho que não.
Acho que os homens portugueses não seriam capazes de casar, no caso do casamente entre pessoas do mesmo sexo vir a ser aprovado, com um amigo, expondo-se ao epíteto de homossexual não o sendo. Acho que nenhum homem português seria capaz de dizer, amo-te, a um amigo do mesmo sexo. E acho, até, que nenhuma equipa portuguesa seria capaz de um acto de humildade e honestidade, como aquele que teve a holandesa.
Acho que os homens portugueses, ao contrário daquilo que lhes meteram na cabeça durante tantos anos, só perdem em humanidade com esta mentalidade do Macho Latino. Este estigma com que foram criados, e os pais deles, e os pais dos pais, e os pais dos pais dos pais, é redutor, sacana e manipulador.
Sem comentários:
Enviar um comentário