domingo, 17 de maio de 2009

Nos olhos dos outros

Aquilo que na verdade nos interessa nos outros são os olhos com que nos vêem. São esses olhos que fazem com que nos apaixonemos, ou não, porque é no olhar do outro que nos revemos e não há ninguém que não precise de ter uma boa imagem de si mesmo.
Precisamos de ser vistos. Precisamos que quem nos ama veja o que de mais profundo existe em nós. Todas as nossas fragilidades. E que as olhe com olhos de quem crompreende, aceita e admira.
O que não se comprende muito bem é porque é que o que mais desejamos que o outro veja é exactamente o que mais escondemos.
No entanto, vistas bem as coisas, é isso a intimidade. A capacidade de ver o que os outros não vêem , de admirar o que os outros não podem, de forma nenhuma, admirar, de saber o que os outros não sabem.
Queremos ser adivinhados. Discretamente adivinhados. Queremos olhar nos olhos do outro e ver que ele nos vê como ninguém e que, mesmo assim, ou precisamente por isso, ficará ao nosso lado porque nos aceita, tal como somos.
São as almas que buscamos para nos apaixonarmos. As almas, e não os corpos, os caracteres ou o conhecimento. As almas.
Atrevo-me a dizer que quando os homens compreenderem isto, compreenderão as mulheres.

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