Li, num blog vizinho, as considerações de um homem, ainda jovem, acerca das adaptações; das mudanças; das tentativas de mudança, que se fazem no seio de um casal. Dizia ele, com uma clareza e uma sinceridade que me impressionaram, que está disposto a mudar, que considera positivas as tentativas de quem exige, ou pede, que o outro mude porque, tratando-se de gente que se ama, os pedidos, ou exigências, ajudarão sempre o outro, serão sempre “para o bem do outro”. (Fez-me lembrar um pouco o sentimento que os pais têm pelos filhos – “É para o teu bem”… )
Fez-me lembrar também quem eu era quando casei e quem sou agora.
Quando casei era exactamente como o Arrumadinho. Tal como ele, acreditava e respeitava o saber do outro. Aliás para mim, o homem com quem estava casada sabia muito mais do que eu. E sabia. De certas matérias, evidentemente. De outras saberia eu, mais do que ele. Foi, creio eu, a pessoa que mais me ensinou e sei, de fonte segura, que também ele aprendeu muito comigo. Crescemos juntos, digamos assim. O problema foi não termos sabido parar a tempo. De tanto querer mudar o outro fomo-nos afastando. Como se tudo aquilo que fomos tentando mudar, ao longo dos anos, se tivesse transformado nas características principais de cada um. Cegámos, posso dizê-lo. Deixámos de ver as virtudes. Concentrámo-nos muito mais nos “defeitos” contra os quais lutávamos por amor. Lembro-me muito bem da convicção que cada um tinha de que o outro passaria a ser uma pessoa muito melhor, muito mais válida, se lhe desse ouvidos.
Esse é o grande risco. O de não saber parar.
Hoje não me interessa mudar ninguém. Talvez porque deixei de ter abertura para consentir que alguém me tente mudar a mim.
Não que esteja fechada a mudanças. Não estou. Mas tenho cada vez mais dificuldade em olhar para outro e acreditar que esse outro sabe mais da vida do que eu. Provavelmente perdi qualidades. Perdi a capacidade de me encantar. Talvez seja normal. Talvez faça parte da vida. Ou talvez eu tenha, mesmo, visto um pouco mais do que a maioria.
Mas gostava, gostava de voltar a aceitar, de coração aberto e sorriso rasgado, opiniões capazes de me tornar ainda melhor do que aquilo que eu já sou ahahahahahahah, só não sei é onde é que elas andam. Aquelas que eu sou capaz de aceitar, evidentemente.
Fez-me lembrar também quem eu era quando casei e quem sou agora.
Quando casei era exactamente como o Arrumadinho. Tal como ele, acreditava e respeitava o saber do outro. Aliás para mim, o homem com quem estava casada sabia muito mais do que eu. E sabia. De certas matérias, evidentemente. De outras saberia eu, mais do que ele. Foi, creio eu, a pessoa que mais me ensinou e sei, de fonte segura, que também ele aprendeu muito comigo. Crescemos juntos, digamos assim. O problema foi não termos sabido parar a tempo. De tanto querer mudar o outro fomo-nos afastando. Como se tudo aquilo que fomos tentando mudar, ao longo dos anos, se tivesse transformado nas características principais de cada um. Cegámos, posso dizê-lo. Deixámos de ver as virtudes. Concentrámo-nos muito mais nos “defeitos” contra os quais lutávamos por amor. Lembro-me muito bem da convicção que cada um tinha de que o outro passaria a ser uma pessoa muito melhor, muito mais válida, se lhe desse ouvidos.
Esse é o grande risco. O de não saber parar.
Hoje não me interessa mudar ninguém. Talvez porque deixei de ter abertura para consentir que alguém me tente mudar a mim.
Não que esteja fechada a mudanças. Não estou. Mas tenho cada vez mais dificuldade em olhar para outro e acreditar que esse outro sabe mais da vida do que eu. Provavelmente perdi qualidades. Perdi a capacidade de me encantar. Talvez seja normal. Talvez faça parte da vida. Ou talvez eu tenha, mesmo, visto um pouco mais do que a maioria.
Mas gostava, gostava de voltar a aceitar, de coração aberto e sorriso rasgado, opiniões capazes de me tornar ainda melhor do que aquilo que eu já sou ahahahahahahah, só não sei é onde é que elas andam. Aquelas que eu sou capaz de aceitar, evidentemente.
6 comentários:
Breve há-de dizer que não paro de cuscar o que escreve; Identifico-me, é por isso...
Bom, ainda bem que não pára de cuscar :) Afinal eu escrevo sempre na esperança que alguém o faça :)
É engraçada a necessidade que temos,por vezes, de mudarmos o que somos por causa dos outros. Desde que seja por amor aos outros e a nós próprios também...
Goldfish, estavam dois comentários seus para moderação. Publiquei os dois mas só aparece um ! Não faço ideia do que aconteceu. Por vezes parece-me que estas coisas da net têm vontade própria!
Peço desculpa e fica aqui a nota de que comentários são sempre bem vindos.
Não se preocupe, o outro comentário também foi publicado, mas era a um post antigo, de Janeiro, sobre "de mais" e "demais"... E está lá! Andei a cuscar e fui dar àquele post q achei muito curioso, não fazia ideia (e, por isso, cometi o erro muitas, muitas vezes!).
Está explicado o "desaparecimento" lol
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