Mudar mentalidades é um acto dificil e melindroso. Há lugares, neste país, onde as pessoas pouco ou nada conhecem. Fechadas no seu pequeno mundo, vêem o mundo todo à sua pequena medida, tal e qual Platão tão bem retratou na sua Alegoria, a da Caverna.
Se queremos um país de gente mais culta, mais aberta, temos de fazer um esforço para levar até estas pessoas o máximo de mostras possível. Fazer com que vejam e sintam a dança, o teatro, a pintura, os textos. Não podemos esperar que as palavras os convençam a sair do seu mundinho. É a cultura que tem de ir até eles e, mesmo assim, teremos de lhes captar a atenção suficiente para que a vejam. Muitos há que se recusam a abrir os olhos. O medo do desconhecido é irracional e tanto mais quanto mais limitado for o mundo de cada um.
Este fim-de-semana resolvemos, a minha sócia e eu, oferecer às crianças e adolescentes com quem trabalhamos, um workshop de dança criativa. Trouxemos até cá uma bailarina da Companhia de Bailado da Olga Roriz. Escusado será dizer que, aqui, nem pais nem filhos fazem a mínima ideia de quem é a Olga Roriz. Em mais de vinte famílias encontrámos uma honrosa excepção – uma adolescente apaixonada pela dança foi, no meio desta pequena amostra da população, a única que manifestou interesse, por já conhecer o tema e a Companhia da Olga.
O workshop está agendado há mais de um mês. Terá uma duração de poucas horas já que o objectivo é mostrar às pessoas outros mundos, outras possiblidades. No meio de jovens algo problemáticos uma iniciativa desta natureza pode ser terapêutica.
Pois acreditem que, quer ontem – dia da apresentação, quer hoje – primeiro dia das actividades, tivemos de ligar a todos os pais para lhes relembrar que estavamos no local à espera, com a bailarina. Esperámos meia hora, apareceram 75% dos que estavam inscritos no primeiro grupo. Do segundo grupo vieram 50%. Podemos dar-nos por muito felizes.
Se queremos um país de gente mais culta, mais aberta, temos de fazer um esforço para levar até estas pessoas o máximo de mostras possível. Fazer com que vejam e sintam a dança, o teatro, a pintura, os textos. Não podemos esperar que as palavras os convençam a sair do seu mundinho. É a cultura que tem de ir até eles e, mesmo assim, teremos de lhes captar a atenção suficiente para que a vejam. Muitos há que se recusam a abrir os olhos. O medo do desconhecido é irracional e tanto mais quanto mais limitado for o mundo de cada um.
Este fim-de-semana resolvemos, a minha sócia e eu, oferecer às crianças e adolescentes com quem trabalhamos, um workshop de dança criativa. Trouxemos até cá uma bailarina da Companhia de Bailado da Olga Roriz. Escusado será dizer que, aqui, nem pais nem filhos fazem a mínima ideia de quem é a Olga Roriz. Em mais de vinte famílias encontrámos uma honrosa excepção – uma adolescente apaixonada pela dança foi, no meio desta pequena amostra da população, a única que manifestou interesse, por já conhecer o tema e a Companhia da Olga.
O workshop está agendado há mais de um mês. Terá uma duração de poucas horas já que o objectivo é mostrar às pessoas outros mundos, outras possiblidades. No meio de jovens algo problemáticos uma iniciativa desta natureza pode ser terapêutica.
Pois acreditem que, quer ontem – dia da apresentação, quer hoje – primeiro dia das actividades, tivemos de ligar a todos os pais para lhes relembrar que estavamos no local à espera, com a bailarina. Esperámos meia hora, apareceram 75% dos que estavam inscritos no primeiro grupo. Do segundo grupo vieram 50%. Podemos dar-nos por muito felizes.
É claro que se tivessem pago teriam aparecido todos. Mas tenho a certeza que, se fosse pago, ninguém se teria inscrito.
Já agora, vale a pena ficar registado que a maior dificuldade durante a primeira sessão residiu em fazê-los cumprir as regras, ainda que se tratassem de regras básicas. Sem comentários...
1 comentário:
Não me espanta nada o que diz neste post. Fui professora de Inglês no programa de Inglês no primeiro ciclo. No primeiro ano, estive em Chelas. A minha ideia de escola primária tinha o conforto das recordações da minha infância de criança de classe média no início da década de 80. Nada, mas nada mesmo, me podia preparar para o que é, hoje em dia, uma escola primária, para como são os seus alunos e os seus pais. Em vez de avançar, parecia ter recuado 30 anos no tempo ao nível da educação, da cultura, do interesse dos alunos, dos pais, de tudo. Ainda hoje me custa a acreditar!
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