Ontem foi quinta-feira de espiga.
Creio que, quando eu era miúda, ninguém trabalhava neste dia. Era um feriado. E de festa! Comemorava-se a ascensão de Cristo, quarenta dias depois da Páscoa.
Como havia campo por todo o lado. Até mesmo nas cidades não era complicado encontrar um bocadinho de campo, as pessoas saiam à rua, em romaria, para apanhar espigas de trigo; papoilas e raminhos de oliveira com que faziam pequenos ramos que penduravam atrás das portas um ano inteiro, até outro ramo semelhante lhe vir tomar o lugar. Diziam que, assim, nunca lhes faltaria o pão.
Uma das minhas avós, tinha mesmo a tradição de, ao meio-dia, embrulhar uma carcaça e escondê-la num lugar qualquer até ao ano seguinte, altura em que a dita estaria rija que nem pedra mas que estaria, dizia-se e acreditava-se, intacta, sem bolores ou degradações de qualquer espécie. Daí que era cortada às fatias e distribuída pela família, enquanto uma outra tomava o seu lugar.
É claro que já ninguém vai em romaria em busca de espigas de trigo e de papoilas. Seria exaustivo e, provavelmente, inglório. Mas ainda há lugares onde, imagine-se, se vendem os ramos já feitos, mas são poucos, creio eu, os que os compram. Já ninguém acredita que um ramo de espigas, papoilas e oliveira possa garantir o pão por um ano inteiro.
Creio que, quando eu era miúda, ninguém trabalhava neste dia. Era um feriado. E de festa! Comemorava-se a ascensão de Cristo, quarenta dias depois da Páscoa.
Como havia campo por todo o lado. Até mesmo nas cidades não era complicado encontrar um bocadinho de campo, as pessoas saiam à rua, em romaria, para apanhar espigas de trigo; papoilas e raminhos de oliveira com que faziam pequenos ramos que penduravam atrás das portas um ano inteiro, até outro ramo semelhante lhe vir tomar o lugar. Diziam que, assim, nunca lhes faltaria o pão.
Uma das minhas avós, tinha mesmo a tradição de, ao meio-dia, embrulhar uma carcaça e escondê-la num lugar qualquer até ao ano seguinte, altura em que a dita estaria rija que nem pedra mas que estaria, dizia-se e acreditava-se, intacta, sem bolores ou degradações de qualquer espécie. Daí que era cortada às fatias e distribuída pela família, enquanto uma outra tomava o seu lugar.
É claro que já ninguém vai em romaria em busca de espigas de trigo e de papoilas. Seria exaustivo e, provavelmente, inglório. Mas ainda há lugares onde, imagine-se, se vendem os ramos já feitos, mas são poucos, creio eu, os que os compram. Já ninguém acredita que um ramo de espigas, papoilas e oliveira possa garantir o pão por um ano inteiro.
4 comentários:
É verdade, já me tentaram vender desses raminhos - e eu nem sabia que dia era! A tradição da espiga atrás da porta e até do pão seco de um ano para o outro já conhecia, minha dúvida era mesmo a relevância para a igreja de tudo isto... É que toda a celebração da espiga parecia-me mais uma celebração "pagã" do que outra coisa! Na verdade, continua a parecer-me...
Quase todas as celebrações da igreja cristã têm as suas origens em celebrações pagãs :)
Na minha zona ainda há muita gente que apanha a espiga. Eu não faço questão, mas sei de muita gente que apanha e pendura atras da porta!!!
Isso é uma boa notícia :) Gostava muito que não perdessemos certas tradições :)
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